Por que as tarifas de energia variam tanto entre os estados?

04 de julho de 2019

 

Veja ranking dos estados onde a energia é mais cara e que regiões acumulam os maiores reajustes

 

O Centro de Estudos da da Câmara dos Deputados (CEDES) decidiu desvendar um velho enigma, que desafia os brasileiros desde a implantação do modelo integrado de energia elétrica do país: por que tanta variação entre as tarifas aplicadas nos estados?

O estudo, que é um dos cinco a serem estudados pelo CEDES no biênio 2019/2020, foi solicitado pelo presidente do Centro, deputado federal José Priante, do MDB do Pará.
“Vamos analisar o custo da tarifa de energia do País e a razão de tanta diferença aplicada em cada estado”, confirmou o parlamentar.

De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a definição da tarifa leva em considerações diversos fatores – que vão dos custos somados desde a geração até a disponibilização da energia nos imóveis, levando em conta a distribuição e a disponibilidade. Além disso, somam-se também os valores em encargos e impostos.

Na ponta do lápis, a Aneel diz que 40% do custo corresponde à compra de energia, sendo 15% da distribuição, 3% da transmissão e aproximadamente 42% de encargos e tributos.

Priante preside a CEDES

A variação da tarifa entre os estados estaria focada na última parcela, relativa à tributação.

Para José Priante, estes dados precisam ser estudados e dissecados. “E é exatamente o que vamos fazer, colocando uma lupa sobre cada estado, refazendo os cálculos e analisando detalhadamente os bastidores da produção e distribuição da energia elétrica no país”, avisa.

 

Independente da variação da tarifa cobrada nos estados, as contas de energia têm pesado cada vez mais no bolso do brasileiro. Somente entre 2014 e 2017, a alta acumulada atingiu média de 31,5 por cento – e seguiu crescendo em 2018, atingindo 44 por cento de aumento.

Os dados, monitorados pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), mostram a expansão do impacto da energia elétrica sobre os orçamentos domésticos do brasileiro.

Nesse período, os maiores reajustes ocorreram na região Norte, onde as contas de luz acumulam alta média de 44,04%. Centro-Oeste, com 41,09%, e o Nordeste, com 33,09%, aparecem em seguida no ranking dos maiores aumentos.

Outra associação inserida no cenário da energia, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE), vai mais longe e aponta que o Brasil é um dos países com a maior tarifa de energia do planeta. O Brasil também fica em segundo lugar em relação à carga tributária.

De acordo com os dados da Aneel, São Paulo figura em primeiro lugar no ranking das energias mais caras do país no grupo residencial. Os paulistanos pagam 0.663 R$/kWh.

O Pará de Priante, o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás ocupam os postos sequenciais do ranqueamento.

 

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