Em 2060, o Brasil terá mais idosos do que crianças. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que garantiu: dentro de quatro décadas, um quarto (25%) da população terá mais de 65 anos. Os idosos, aliás, já representam parcela significativa da população atual do país: são 30,2 milhões, ainda segundo o IBGE.
A despeito da tendência de envelhecimento, os mais velhos seguem enfrentando um leque sortido de problemas de inserção social. Um dos mais agudos deles é a violência.
De acordo com levantamento feito pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Disque 100 registrou um aumento de 13% no número de denúncias sobre violência contra idosos em 2018 em relação ao ano anterior.
O serviço de atendimento recebeu 37.454 notificações, sendo que a maioria das agressões foi cometida nas residências das vítimas (85,6%), por filhos (52,9%) e netos (7,8%).
É neste cenário que surgem, pelo país, iniciativas de proteção aos idosos.
No Pará, por exemplo, a Prefeitura de Santarém realiza este mês a campanha Junho Violeta – Violetas contra a Violência – Dignidade e Respeito para com a Pessoa Idosa.
“Um dos melhores meios de combater a violência é pela educação e a sensibilização social”, aposta o deputado federal José Priante, apoiador da ação. “É preciso que as novas gerações tenham a perfeita noção de respeito e acolhimento em relação a pessoa idosa”, acrescentou.
A programação de Santarém se estenderá até o final do mês, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social.
“Maltratar o idoso não é normal”, aponta Priante, destacando que a campanha em curso em Santarém estimula a denúncia, batendo na tecla do lema “a pior violência é o silêncio”.
A cidade tem bons motivos para lançar a ação. Dados da Vigilância Socioassistencial de Santarém, mais de 160 casos de violência contra o idoso foram registrados no primeiro trimestre deste ano.
Em 2018, por meio de denúncias ao Conselho Municipal da Pessoa Idosa (CMDPI), foram feitos 40 registros, e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) foram 68 registros.